Meia Noite em Paris (2011)

Meu Deus, eu me apaixonei por esse filme quase que instantaneamente. Ah, Woody Allen! Só ele para ter uma sacada perfeita como essa. Perfeito, perfeito, perfeito. Claro que sou bem suspeita para falar - amo Woody Allen, amo Owen Wilson, amo todos os escritores que foram apresentados no filme, amei tudo que foi posto lá, em resumo haha. Mas, admito, não amava Paris. Nunca vi algo muito encantador naquelas ruas, como vi em Londres. Até esse filme - que, diga-se de passagem, quase que em seguida entrou para a minha lista de favoritos.

Enfim, vou parar de enrolar e falar do filme. "Meia noite em Paris" conta a história de Gil Pender, que vai à Paris com sua noiva, Inez, e os pais desta. Gil escrevia roteiros de filmes para Hollywood, coisa que Inez adorava. Mas, ultimamente, ele anda apaixonado por literatura e escreve com afinco seu livro, coisa que Inez detesta. E sabe o que mais ela detesta? O fato de que seu noivo está tão, mas tão apaixonado por Paris ("Paris em dias chuvosos! Paris nos anos 20! Ah, Paris!"), que quer mudar-se para lá depois do casamento, enquanto ela prefere viver em uma casa em Malibu com piscina.

E aí entram os amigos de Inez, Paul e Carol. Paul é um homem pedante, metido a besta, que acha que sabe tudo de tudo e é um pseudo-intelectual elevado à potência mil. É um Wikipédia ambulante que tem dons de retórica tão fortes que, mesmo quando está errado (e geralmente está), convence aos outros de que está certo. Já Carol, sua namorada, contenta-se em concordar com tudo o que ele diz, maravilhada... Tão maravilhada quanto Inez. Gil, por sua vez, os detesta imensamente - e ninguém pode culpá-lo, os dois são realmente bem chatinhos.

Uma noite, ao invés de ir dançar com Inez, Carol e Paul, ele decide caminhar por Paris. Quando badala a meia noite em um relógio de uma catedral próxima, Gil senta-se em uma escadaria e, cansado, fica observando a paisagem. É quando um carro antigo, dos anos 20, pára bem na sua frente, e algumas pessoas meio bêbadas o chamam para ir com eles a uma festa. Imprudentemente, Gil vai.

Surpresa! Ele se vê em uma festa dos anos 20, conversando com Scott e Zelda Fitzgerald! Depois, ele ainda conhece o divo, perfeito, gênio, irônico, foda Ernest Hemingway, em um bar, e leva seu livro para Gertrude Stein. Lá, ele conhece Adriana, uma linda e delicada francesa, que já teve um caso com Modigliani e agora está com nada mais nada menos do que Picasso. Além deles, Cole Porter, Salvador Dalí (Adrien Brody, uma das melhores partes do filme!), T.S. Eliot, Luis Buñuel, entre outras personalidades lindas, famosas, artísticas, criativas e fodas dos anos 20 em Paris aparecem. O filme é um sonho para as pessoas apaixonadas por literatura, as que querem rir, ou as que amam Paris. Woody Allen conseguiu fazer com que seu novo filme superasse meu antigo favorito dos da sua prole, A rosa púrpura do Cairo.

Gil: Eu adoraria que você lesse meu livro e me desse sua opinião.
Hemingway: Minha opinião é que o odeio.
Gil: Mas você nem o leu ainda…
Hemingway: Se for ruim, vou odiar. Odeio literatura ruim. E se for bom, eu vou ficar com inveja e odiá-lo ainda mais. Você não quer a opinião de outro escritor. (…) Os escritores são competitivos.
Gil: Eu não serei competitivo com você.
Hemingway: Você está me adulando, isso não é próprio de homens. Se você é um escritor, declare que você é o melhor! Mas você não é, e não será enquanto eu viver, a não ser que você queira colocar as luvas e decidir isso agora.

"Meia Noite em Paris" é um filme doce, delicado, bonito e, apesar disso, engraçadíssimo. Juro que se vocês assistirem e não gostarem, eu deixo um trem passar por cima da minha mão direita! *-*

 Nota: 

 Atores: Owen Wilson, Rachel McAdams e Marion Cotillard.

 Duração: 100 minutos