30 de julho de 2011

O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë.

Não liguem para a foto, ok?
Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais belas de todos os tempos, O morro dos ventos uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas.
Ok, simplesmente detestei aquele resumo. Muito razo para a profundidade dessa linda história. Por isso, lá embaixo, vou falar mais dela. E, sim, eu sei que sou suspeita para falar do meu livro favorito, porque né! Mas hoje é aniversário da tia Brontë, então juro que tentarei ser parcial, ok?

Bom... Vejamos... Por onde começar a falar dessa perfeição?

A primeira vez que o li, tinha onze anos. Foi nas férias. Uma coisa interessante (bom, provavelmente só para mim) é que moro em um morro. E, quando chove, o vento bate na janela do meu quarto, uivando. Irônico. Toda vez que chove, o tiro da estante para ler. Sou um exemplo de fã maluca: tenho três edições. Uma em inglês, uma que é velhinha e linda, e outra - a da foto -, que é meu bebê e tem todas as minhas passagens favoritas sublinhadas.

A história começa em um dia tempestuoso, em que Mr. Lockwood, o novo locatário da Thrushcross Granje, vai visitar seu novo senhorio, um homem misterioso chamado Mr. Heathcliff. Ele mora em uma casa perto da Granja (chamada O Morro dos Ventos Uivantes), mas afastada de todo o resto do mundo. Um homem grosseiro e muito rico, Heathcliff vive com a nora, Catherine Heathcliff (mulher de seu falecido filho), o sobrinho, Hareton, e dois empregados, Joseph e Zillah.


Chove enquanto Lockwood está no Morro, forçando-o a passar a noite. Enquanto o senhorio pensa que ele dorme no sofá, a empregada Zillah lhe mostra um quarto que não é usado, avisando que ele não deve deixar a vela perto da janela, sem dar-lhe qualquer explicação. Lá, o locatário encontra inscrições - Cathy + Heathcliff - e um diário, pertencente à Catherine Earnshaw, mãe de Catherine Heathcliff. O rapaz deixa a vela perto da janela, e o espectro de Catherine aparece e lhe pede suplicante que deixe-a entrar.


Óbvio que Lockwood sai correndo (eu também correria, é), encontrando-se com Heathcliff no corredor. Ao contar que viu o fantasma de Catherine Earnshaw, o rapaz presencia uma cena estranha e peculiar: o senhorio, já nos seus quarenta anos, abre a janela e berra, soluçante, para o nada: Entre! Entre! Cathy, entre. Oh, venha... Venha uma vez mais! Escute-me agora, Catherine, finalmente!


Após essa terrível noite, o rapaz vai finalmente para sua Granja, onde encontra uma doce senhora chamada Helen (Nelly) Dean. Quando perguntada sobre Mr. Heathcliff, a senhora ri e diz que sabe tudo sobre ele, exceto quem são seus pais e como conseguiu tanto dinheiro. A pedidos de Lockwood, Nelly torna-se narradora da história de Heathcliff, um cigano órfão que foi encontrado morrendo de fome nas ruas de Liverpool por Mr. Earnshaw, pai de Cathy (mãe de Catherine Heathcliff) e Hindley (pai de Hareton Earnshaw).


Com o passar do tempo, Heathcliff e Cathy, apesar de serem "meio-irmãos", acabam apaixonados em um amor insano, gigante e quase doentio, enquanto Hindley odeia o cigano com todas as forças, pois Heathcliff acabou se tornando o predileto de Mr. Earnshaw. Com a morte deste, agora é Hindley que manda na casa, e ele está decidido a se vingar.


Heathcliff não é herói, tampouco um monstro. Ele é uma cicatriz, um abismo de sentimentos. E ouso dizer que sou atraída pelo maldito tipo. Sofreu muito e tornou-se vingativo. É o anti-herói mais sedutor que eu já vi, e meu personagem favorito do mundo inteiro. Fez escolhas horríveis, arcou com elas, e sofreu muito com seu próprio ser, só para descobrir-se cansado de tantas tramas no final. Os atos futuros de Heathcliff podem prová-lo um homem cruel, egoísta, maldoso e terrível, mas para mim provaram que ele tem sentimentos, apenas tentava ao máximo escondê-los no fundo de sua alma. Ele não queria sentir, porque sentir significava sofrer, e estava cansado de sofrer. Assim, resolveu fazer os outros sofrerem.

Com um aspecto sombrio e diferente, "O Morro dos Ventos Uivantes" retrata a tragédia de duas famílias que erraram - sim, todos, não apenas Heathcliff, que é tido pela maioria como o vilão. A verdade é que não existem heróis, apenas humanos, que tem orgulho, ganância, raiva, remorso e, apesar disso, amam. E a intensidade de seu amor é o que pode torná-los tanto bons quanto ruins, a depender do rumo da situação. Portanto, é o amor o verdadeiro vilão dessa obra.


Não que eu possa deixar de detestar Catherine Earnshaw, a Cathy, ou mesmo Hindley. A verdade é que Heathcliff e Cathy eram, sim, uma só pessoa - duas criaturinhas selvagens presas em uma jaula, tentando escapar. O Morro é um livro ímpar. É muito adiante de seu tempo. Faz pouco dos valores do século 19 (época em que a
diva Emily viveu), ri da crença de que Deus é quem deve castigar, e mostra o pior lado das pessoas.


Não só Heathcliff é um abismo. "O Morro dos Ventos Uivantes" também é.

Ah, e aqui está o trailer do filme de 1992 estrelado por Ralph Fiennes e Juliette Binoche. O Ralph é exatamente o Heathcliff másculo, perfeito, sombrio e sexy que eu imaginei.



 Nota: ★★★★★
 Páginas: 372
 Editora: Art Editora

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