13 de agosto de 2011

Lonely Hearts Club, Elizabeth Eulberg

Penny Lane Bloom cansou de tentar, cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto, claro, os únicos quatro caras que nunca decepcionam uma garota — John, Paul, George e Ringo. E foi justamente nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do Lonely Hearts Club — o lugar certo para uma mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. Lá, ela sempre estará em primeiro lugar, e eles não são nem um pouco bem-vindos. O clube, é claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre, para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí. Agora, todas querem fazer parte do Lonely Hearts Club, e Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será, realmente, que nenhum carinha vale a pena?

Ei, você pode ouvir uma música dos Beatles enquanto lê, clicando naquele Muzicon embaixo da capa. Desde que eu li a resenha da Gi Joris sobre esse livro, eu queria demais lê-lo. Tipo, muito mesmo. Até participei de algumas promoções, mas com a sorte que eu tenho nunca ganhei nenhuma. Aí minha tia me perguntou o que eu queria de aniversário, e é. Eu não podia ter escolhido um livro melhor.

Como fã dos Beatles, achei o livro uma homenagem maravilhosa a eles e, ao mesmo tempo, uma obra feminista das melhores que já li. A mensagem que o livro passa, de que a gente não deve deixar que "homens" controlem a nossa vida, é simplesmente genial. E passa isso em uma história cheia de humor, romance (mesmo que a personagem tente esconder) e, claro, John, Paul, Ringo and George.

Penny Lane Bloom tem o mal de ter dois pais simplesmente apaixonados pelos Beatles. Suas irmãs mais velhas se chamam Lucy (por causa de "Lucy in the Sky with Diamonds") e Rita ("Lovely Rita"), que são nomes que ainda podem se passar por normal. Penny Lane, bom, já é outro caso.

Mas ao invés de revoltar-se contra aqueles que lhe deram esse nome, Penny é simplesmente apaixonada pelos Beatles. Assim, quando vê seu namorado, Nate - que ela considerava o amor de sua vida e conhece desde sempre -, com outra garota, Penny decide parar de contar com os homens, porque eles só servem para magoá-la. Quer dizer, exceto pelos únicos quatro garotos que tinham permissão de entrar em seu quarto - e acho que todo mundo já sabe quem eles são. E, assim, Penny cria o Lonely Hearts Club, para meninas desiludidas que não querem mais preocupar-se com caras.

Com o passar do tempo, vão entrando novas integrantes para o clube; Diane, ex-melhor amiga de Penny, que terminou durante as férias com seu namorado (e melhor amigo), o doce adorável bonitinho Ryan; Tracy, sua melhor amiga, que não consegue atrair a atenção masculina mais ou menos como eu, é, mas mesmo assim vive tentando ao contrário de mim, é; e outras amigas de Penny. Ah, e mais - outras meninas que não são nem amigas de Penny! Que ela nem conhecia direito antes.

Sim, o clube faz o maior sucesso. E, como líder, Penny tem que dar o exemplo. Por isso é preocupante quando ela começa a sentir algo a mais por Ryan, o ex-namorado de Diane... E acreditem, isso torna tudo ainda mais divertido. A história é muito boa, e os personagens são muito bem construídos. Diane, por exemplo, é uma inspiração para as pessoas que querem mudar - de líder de torcida meio fake e sem amigos de verdade, para uma esportista cheia de amigos e feliz com quem é.

O livro é lindo, a capa também, os trechos dos Beatles cobrindo as páginas too, e principalmente a mensagem! Aliás, ainda hoje eu vou colocar um sorteio dele.

"- Hum, bem, não é um clube oficial de verdade. (...)
- Foi a Penny quem fundou. Chama-se Lonely Hearts Club - Rita se meteu.
- Ah, Penny Lane, isso é maravilhoso! (...)
- Filhota, é tão bom que você se interesse por sua herança! Goo goo g'joob! - papai disse radiante, citando o refrão de "I am the Walrus". (...)
- Vocês não querem saber sobre é o clube? - perguntei. - Eu e algumas amigas decidimos não namorar mais... pelo menos até terminarmos o colégio.
Os olhos de papai brilharam.
- Penny Lane, essa é a melhor ideia de todas para um clube! (...) De novo, Penny Lane, isso é simplesmente formidável. - Papai esticou a mão por cima da mesa e pegou a minha. - Quero que saiba que estou mais que disposto a colocar mais mesas no porão quando essa ideia realmente decolar. E pensar que nossa filhotinha criou um Clube dos Beatles!
- Não é um Clube dos Beatles! - Puxei a mão.
Ele piscou para mim.
- Bem, um pai pode sonhar, não pode?(Lonely Hearts Club, páginas 94, 95)
Nota: ★★★★★
Páginas: 240
Editora: Intrínseca

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